Danço a Vida...

"Que eu saiba que não tenho opção, e assim mesmo escolha como a cantiga é feita, em alegria e com amor. Que eu faça a mesma escolha todos os dias e de novo. Quando falhar que eu me conceda o perdão. Que eu dance nua, sem medo de enfrentar meu próprio reflexo." (Rae Beth)

quarta-feira, agosto 10, 2005

19 longos anos...

Pode se dizer que é o tempo de uma vida. A vida... rs... o que é a vida? Sei lá, ás vezes acho que a vida é um jogo de tabuleiro daqueles em que vc joga os dados e as vezes cai em uma casa onde tem que pegar uma carta e ler o que vai acontecer... nisso vc não manda e geralmente essas cartinhas mudam o teu rumo e te trazem algo de muito bom ou muito ruim. Mais ou menos assim que enxergo a vida... que passa, e passa... simplesmente passa.

Lindo, sensível, coração mole, fiel, bravo demais, briguento, distante... falava com os olhos ele... O que curtiu da vida? Família, imagino eu... O que levou da vida? Ninguém sabe... Por que foi embora tão cedo? Ninguém sabe também... Uns diziam, para tentar nos confortar, que ele descansou... oras, papo furado esse, ele não estava cansado!

A 19 anos atrás meu pai se foi, se foi sem dizer adeus e sem dizer pra onde e porque... Qdo penso na dor e no sofrimento sinto como se fosse ontem... qdo penso nele e na saudades que sinto, na vontade de tocar, sentir o cheiro, ouvir a voz, sinto como se isso tivesse acontecido a 50 anos atrás... falar o que, ele simplesmente foi. Não digo que deixou a gente pqe me parece uma presença muito constante em nossa vida, mas somos materiais demais pra nos contentarmos só com essa presença... Melhor deixar pra lá!

"Naquela mesa ele sentava sempre
e me dizia sempre o que é viver melhor
naquela mesa ele contava histórias
que hoje na memória eu guardo e sei de cor
naquela mesa ele juntava gente
me contava contente o que fez de manhã
e nos seus olhos era tanto brilho
que mais que seu filho
eu fiquei seu fã
eu não sabia que doia tanto
uma mesa num canto
uma casa e um jardim
se eu soubesse o quanto dói a vida
essa dor tão doída, não doia assim
agora resta uma mesa na sala
e hoje ninguém mais fala do seu bandolim

Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele tá doendo em mim!"